quarta-feira, 8 de julho de 2015

"He's just no that into you"

Este título é de uma comédia romântica de 2009 inspirada num best seller com o mesmo título que, por sua vez, se inspirou num diálogo da série "Sex and the City" e que em português se poderia traduzir para algo como "Ele não está assim tão interessado em ti".

Ok, é um filme de domingo à tarde sem grande profundidade e o sensacionalismo "hollywoodesco" do costume. No entanto, consigo utilizá-lo como ponto de partida para discutir o tema das relações, ou melhor ainda, dos desgostos amorosos. 

Ao longo dos 90minutos do filme, assistimos a episódios em que homens e mulheres se conhecem e se relacionam, os sentimentos que desenvolvem, as atitudes que têm dentro destas relações e as expectativas que criam em seu redor. 

Para começar, vemos por exemplo que quando se conhecem pela primeira vez e trocam números de telefone, há uma noção enraízada de que o homem não irá ligar imediatamente num jogo propositado de não revelar na totalidade o interesse despertado sob risco de se expôr em demasia e "assustar" a sua pretendida.

As personagens desempenhadas por actores como Scarlett Johansen, Jennifer Anniston e Ben Affleck, Bradly Cooper, entre outros, surgem em situações clássicas e ilustram a dificuldade em interpretar o comportamento humano. Vemos, por exemplo, uma mulher que vive com um namorado há anos que se recusa a casar com ela e as discussões sucessivas referentes a esse tema; um homem casado que se deixa entrar num enredo de sedução com uma colega, ainda que não o admita e tente acreditar que pode criar uma nova amizade ou ainda uma romântica incurável que encontra mil e uma desculpas para a ausência dos homens que se cruzam no caminho dela.

Todas estas pequenas histórias vão ilustrando a dificuldade das pessoas em serem sinceras quanto àquilo que sentem e aquilo que querem e também em  interpretarem correctamente os sinais que lhe são dados. Vemos que muitas vezes os sinais são claríssimos mas nós não os queremos ver nem os queremos aceitar. Nesses momentos, levamos a cabo uma ginástica mental sem fim para encontrarmos as desculpas mais reconfortantes, ainda que absolutamente disparatadas desde que sejam tudo menos "ele não está interessado". 

No início do filme surgem vários grupos de amigas com um ponto em comum: em todos os grupos há uma mulher triste porque não obteve uma chamada, uma atitude ou uma resposta que esperava. Vemos vários diálogos - ele não liga porque perdeu o número ou porque se sentiu intimidado. Somos demasiado boas, avassaladoras, somos emocionalmente superiores e isso assusta ou então, ele não está preparado para uma relação séria. Há um mundo de motivos mas NENHUM é falta de interesse. JAMAIS!

Qualidade cinematográfica à parte, recomendo este filme! É óptimo para reflectirmos sobre a forma como mentimos a nós próprios e sobre o porquê de o fazermos. Será medo de lidar com a rejeição? Dificuldade em seguir em frente? Seja como for, penso que é refrescante ouvir a "ugly truth" de que às vezes todos precisamos e fazermos o voto de tentarmos abraçar a honestidade e a aceitação (isto soou tão zen!).

Deixo-vos com uma frase do autor do livro que me parece muito útil relembrar em momentos menos racionais.


“Don’t be flattered that he misses you. He should miss you. You are deeply missable. However, he’s still the same person who just broke up with you. Remember, the only reason he can miss you is because he’s choosing, every day, not to be with you.” 
― Greg BehrendtHe's Just Not That Into You: The No-Excuses Truth to Understanding Guys


Uma boa semana!

LMD

1 comentário:

  1. Adoro esse filme :P
    E faz-nos pensar também que por vezes, procuramos, procuramos e aquilo de que precisamos está mesmo ao nosso lado ;)

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